Em um mundo onde a informação circula rapidamente, é cada vez mais comum encontrarmos receitas de bem-estar e saúde espalhadas pelas redes sociais, ou até mesmo ouvirmos conselhos de familiares e amigos que indicam o uso de suplementos, chás, e outras substâncias naturais como “soluções mágicas” para uma série de problemas. Contudo, é essencial lembrar que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra e, pior, pode ser prejudicial. A saúde de cada indivíduo é única, com diferentes necessidades e carências, e sem uma avaliação adequada e personalizada, o uso inadequado de qualquer substância pode acarretar graves consequências.
Receitas e recomendações genéricas não consideram aspectos importantes, como o metabolismo, o histórico médico, as necessidades nutricionais e o estilo de vida de cada pessoa. Um exemplo claro do perigo das “receitas prontas” vem de uma paciente minha, que tomou comprimidos de chá verde diariamente por um ano, seguindo a recomendação de um amigo. Sem orientação sobre dosagem ou períodos de descanso, ela acabou desenvolvendo dano hepático e complicações cardíacas. O chá verde, quando usado adequadamente, pode ser um excelente aliado à saúde, mas, em excesso e sem supervisão, seu conteúdo de cafeína e catequinas pode sobrecarregar o fígado e aumentar a frequência cardíaca, provocando efeitos adversos sérios.
Além do risco de intoxicação, seguir receitas prontas gera expectativas irreais. Quando os resultados esperados não surgem, há uma tendência a desacreditar no potencial da terapia, especialmente porque muitas pessoas desconhecem o papel de fatores importantes como a dosagem correta, o tempo de uso e a combinação de substâncias. Cada substância natural possui uma dosagem ideal, e muitas requerem períodos de pausa para evitar o acúmulo no organismo. Sem essa orientação, o efeito pode ser nulo ou até prejudicial.
A prática da automedicação com substâncias naturais é uma realidade preocupante. Em vez de resultados positivos, ela pode gerar frustração e até levar a complicações graves. Acompanhamento profissional é fundamental para adaptar o tratamento às condições e necessidades do corpo, proporcionando não só segurança, mas eficácia. Afinal, a verdadeira terapia respeita a individualidade e o equilíbrio, garantindo que cada pessoa receba o que realmente precisa – e nada além disso.
Optar por uma abordagem personalizada é a melhor forma de cuidar da saúde de maneira consciente e responsável.
Júlia Assunção